Passar uma aula inteira a conversar com os alunos (mesmo que seja sobre “nada”) não é mau. O importante e indispensável é que falem em português, de resto podem falar sobre o que vos apetecer (a alunos, auxiliar, professor). Serve para descontrair dos momentos de “gramática-chata” e aproveitar para explorar um tema e praticar a oralidade.
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Quem já foi avaliado numa língua estrangeira, certamente conhece aquelas gravações áudio que pretendem mostrar os diversos sotaques, mas cujo som não tem qualidade nenhuma e no fim acaba por não se ouvir nada. A ideia aqui é bem diferente: mostrar dois sotaques portugueses não através de gravações previamente acordadas, mas através de músicas. Em primeiro lugar, "Bámos lá Cambada", de Herman José. Um Hino à nossa Selecção com sotaque do Norte: Em segundo, "Atira-te ao mar", dos Íris, com o famoso sotaque algarvio. Esta música, além de mostrar o sotaque algarvio, ainda tem a particularidade de apresentar mil e uma expressões típicas, como "moss moh", "o mar 'tá fêt num cão", ou "me dêxaste da mão". Esta música dos Fúria do Açúcar é muito divertida e pode servir para introduzir as estações do ano e o tempo meteorológico. O vocabulário relaciona-se com as quatro estações do ano. Quando tu e o professor estiverem a dar gramática, pede sempre para os alunos darem exemplos. Por exemplo, enquanto estavamos a dar os artigos, pedi a uma menina que desse um exemplo com o artigo definido masculino do singular e ela disse “O meu namorado chama-se Sérgio.” Ela podia ter inventado outra coisa qualquer, mas lembrou-se disto e foi um bom momento de descontração para a turma.
É provável que fiques em mais de uma escola. Por isso, aproveita os materiais que fizeres para uma e usa-os também na outra. Quais são os pontos positivos? Já os usaste uma vez, já estás mais familiarizado com eles, podes melhorar aquilo que não resultou bem e tens mais tempo livre.
Corrigir os erros dos alunos é algo que exige um pouco de tacto, e isto porque há alunos que não se importam de ser corrigidos e aqueles que ficam muito envergonhados e não querem continuar porque ficam com medo de errar mais e serem gozados pelos seus colegas. Na área do ensino de língua estrangeira, sugere-se que nos níveis elementares não se corrija o aluno, ou seja, que o deixemos falar até ao fim e que só então lhe digamos que erros deu. Não há uma norma, passa muito por aquilo que consegues depreender do aluno. Por exemplo, com os alunos mais extrovertidos eu fazia questão de interromper aquilo que estavam a dizer e corrigir e eles continuavam sem qualquer problema; muitas vezes até interrompia três vezes para dizerem com a pronúncia correcta e eles repetiam e repetiam e eram ajudados pelos outros alunos, que estavam atentos e usavam aquela “crítica” como construtiva para eles próprios. Já com os alunos mais envergonhados eu acabava por seguir a regra de dizer tudo no fim, principalmente nas avaliações orais. Se estavam a falar expontaneamente, apenas corrigia a pronúncia e aproveitava essas ocasiões para que a turma toda aprendesse a pronúnciar a palavra de maneira correcta. Todas as situações de erro são situações de aprendizagem, é preciso é saber manejá-las bem para que o aluno não fique com medo de falar e a turma aproveite para aprender algo mais.
Esta é a página dos Auxiliares de Conversación portugueses no site do Ministerio de Educación, Cultura y Deporte em Portugal.
Aqui podes consultar todas as informações importantes relativas ao programa, tais como os requisitos, as condições em que vais trabalhar e o processo de candidatura. Quando planeias uma aula – com a ajuda do professor – lembra-te do tempo que dispões (normalmente uma hora) e do número de alunos que cada turma tem. Há turmas mais participativas e que não te deixam acabar o que tinhas planeado, mas isto não é necessariamente mau, porque estão a falar contigo, interessados no que estás a dizer, logo, estão a participar na tua aula; se não deste tudo o que tinhas a dar, não faz mal, continuas na próxima aula, já cumpriste a tua função de os pôr a falar e a interagir contigo e o resto da turma. Lembra-te que a tua principal função é pô-los a falar português. Não obstante, também há aquelas turmas “passivas” que se limitam a estar sentadas de braços cruzados e ouvir tudo aquilo que tens para dizer sem sequer abrir a boca, o que faz com que aquilo que tinhas planeado para uma hora termine em meia. Para que isto não aconteça, ao longo da aula vai perguntando se estão a perceber, fá-los repetir por palavras suas o que acabaste de dizer, faz-lhes perguntas de experiências pessoais relacionadas com o tema que estão a dar, espicaça-os a falar, a comentar; e lembra-te que não estás sozinho e que o teu professor também vai intervir e fazer com que os alunos cooperem contigo.
Esta música de José Cid, além de ter muito vocabulário, serve como exemplo para introduzir os alunos no tema do plurilinguismo e da importância de saber falar várias línguas. Veja-se o refrão: Addio, adieu, aufwiedersehen, Goodbye, Amore , amour, meine liebe, love of my life. Se o nosso amor findar, Só me ouvirás cantar, Addio, adieu, aufwiedersehen, Goodbye, Amore , amour, meine liebe, love of my life. Não planeies as aulas sozinho, pede sempre ajuda ao professor. Combinem um dia por semana em que se juntem para decidir como vão ser as próximas aulas. Se possível, combinem as aulas com um mês de antencedência, isto vai dar-te tempo para prepares tudo com calma e não teres surpresas à última da hora (“preciso que faças isto, preciso que faças aquilo”, etc).
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